"Tenho vontade de furar os olhos de quem não distingue honestidade de grossura, que se acha corajoso por falar o que pensa quando, em realidade, não pensa: é apenas uma incubadora de pré-conceitos. Ignorância sempre foi amiga íntima de certezas totais.
Gente que não entende a linha tênue que separa argumentos de insultos.
Me dá ganas de enfiar agulhas debaixo das unhas de seres estúpidos a ponto de achar que o mundo é um conglomerado de estúpidos: jogar todos na vala comum é, para eles, o único meio de se destacar. Como carecem de importância própria, ganham alguma à medida que elegem como alvo quem realmente tem a sua. Parasitas.
Gentinha mal amada é traiçoeira. A princípio, podemos achá-las divertidas: costumam ser comicamente cri-cris, falando mal de tudo, de todos. Caricaturas, viram passatempo, como assistir a um filme muito ruim. Com o tempo, depois de perder todos os amigos e qualquer vestígio de vida sexual não-remunerada, vem o azedume. Então, tudo o que resta a elas é se segurar em sua própria mesquinhez: acentuam o tom raivoso, se auto intitulam o último bastião do bom senso e da verdade, atacam a tudo e a todos, dão descarga na sanidade. Neste ponto, algumas pessoas correm o risco de ficar com pena da evidente doença social do pobre coitado. Eu, não. Eu tenho vontade de bater com pau de macarrão. Porque se existe algo que não tolero, é escrotidão, principalmente quando vem travestida com a esfarrapada desculpinha “Não sou hipócrita” ou “sou intenso, e daí?” ou, a pior de todas, ” esta é minha personalidade”.
Chucu, isso não é personalidade: é falta de terapia.
Mas, cuidado: mesmo sendo dignos de pena, os mal amados são realmente perigosos. Se bobearmos, acabamos contaminados por seus tentáculos venenosos repletos de doses mortais de inveja, ódio, pessimismo, arrogância, falta de sexo. E daí, os mal amados terão sua vitória: farão mais um ser tão miserável quanto eles mesmos."
Ailin Aleixo